ANAIS :: 30º EIA - Bauru/SP - 2015 - ISSN : 1983-179X
Resumo: P131

Poster (Painel)


P131

Potencial Evocado Auditivo de Longa Latência em indivíduos com Apneia Obstrutiva do Sono: resultados preliminares.

Autores:
PEDRENO, R.M.1, MATAS, C.G.1, MAGLIARO, F.C.L.1, MATSUMURA, E.1, LEITE, R.A.1, LORENZI-FILHO, G.1
1 FMUSP - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Resumo:
Resumo Simples

Introdução: Apneia obstrutiva do sono (AOS) é uma das entidades clínicas mais encontradas na população, sendo caracterizada por obstruções parcial ou total recorrentes da via aérea durante o sono, levando a hipóxia intermitente e fragmentação do sono. Suas consequências envolvem sonolência excessiva e risco de acidentes de trabalho e de trânsito, além de déficits cognitivos e doenças cardiovasculares. Os potenciais evocados auditivos avaliam a atividade neuroelétrica na via auditiva, fornecendo uma medida objetiva do funcionamento do sistema auditivo. Visto que as alterações cognitivas na AOS podem ser múltiplas e variadas, a avaliação do Potencial Evocado Auditivo de Longa Latência (PEALL) permitirá identificar possíveis alterações no sistema nervoso auditivo central desta população. Objetivo: Descrever os resultados dos Potenciais Evocados Auditivos de Longa Latência (PEALL) em indivíduos portadores de AOS. Método: Foram avaliados 13 indivíduos, na faixa etária de 22 a 49 anos (média de 37 anos), de ambos os gêneros (9 homens e 4 mulheres), com limiares auditivos dentro da normalidade, e com diagnostico de apneia obstrutiva do sono (leve, moderado e grave) conforme polissonografia. Todos os indivíduos foram submetidos a avaliação audiológica convencional e realizaram os PEALL para a obtenção dos componentes P1, N1, P2, N2 e P300. Foram utilizados estímulos acústicos de fala (silabas /ba/ e /da/) e tone-burst (frequências de 1000 Hz e 2000Hz) na intensidade de 75dBnNHL. As latências dos componentes do PEALL foram analisadas e classificadas, para cada indivíduo, em normal e alterada de acordo com a normalidade estabelecida por McPherson (1996). Os resultados alterados foram classificados como ausência de resposta ou atraso de latência. Resultado: Os resultados do PEALL com estimulo de fala foram: para os componentes P1 e N1, 15% dos indivíduos apresentaram resultados alterados (todos com atraso de latência); para o P2, 30 % apresentaram resultados alterados (atraso de latência); para o N2 foram verificados 76 % de indivíduos com resultados alterados (um com ausência de resposta, e nove com atraso de latência); para o P300 todos os resultados estavam dentro da normalidade. O PEALL com estimulo tone brust apresentou: no componente P1, 7% de alterações (atraso na latência); no N1 todos os resultados foram normais; no P2 38% de alterações (latência atrasada); no componente N2 houveram 69% de resultados alterados (atraso de latência); e no P300 15% de resultados alterados (um indivíduo apresentou ausência de resposta, e o outro apresentou atraso na orelha direita e ausência na orelha esquerda). Conclusão: Os pacientes com apneia obstrutiva do sono apresentaram alterações nos componentes do PEALL, sendo que P2 e N2 apresentaram maior porcentagem de resultados alterados para os dois estímulos utilizados. Estes resultados preliminares apontaram para uma alteração no processamento dos estímulos acústicos, especialmente nos processos relacionados à geração da onda N2, os quais podem apresentar-se deficitários devido às alterações atencionais que são frequentes na AOS

Palavras-chave:
 Potencial Evocado Auditivo, Apneia Obstrutiva do Sono, Avaliação Audiológica